Meu sabor!!!




"Meu sabor é devasso
profano
Insano
Mundano
de santa e de puta são tantas as mulheres em mim
que NÃO SEI DEFINIR-ME entre tantas...
mas encontraria todas elas no calor dos teus abraços."


C.A.

Eu queria apenas...






Eu queria apenas amar-te lentamente
como se todo o tempo fosse nosso
como se todo o tempo fosse pouco
como se nem sequer houvesse tempo.


C.A.

É na linha da tua mão que encontro o meu destino!!!




É na linha da tua mão qu’encontro o meu destino
(E nas paredes do quarto - o frescor,
da manhã...)

Dá-me um esgar de sombra
(dos teus olhos)
para que te guarde no desembocar,
dos dias...
Arrancando o breu – das horas
na fímbria, da solidão...

(Uma overdose d’anseios reacende o ciciar,
da vigília...)

Escuta o estremecer da pele – que t’implora,
sentindo o enevoado dedo qu’esboça os contornos, da noite
na lareira, do meu sonho...

(Pairam as mágoas nos lábios,
que te desejam...)

A morte torna-se branca, (contigo...)
incendiando os vestígios inflamáveis,
dos corpos...

(Perdi a nitidez – do mundo
no místico torpor,
da clausura...)

É para lá da estrada que te recordo
(de fogo em fogo, pelos ares...)
rejeitando as aparas que o vento ateou,
em mim...

Cristaliza-se o desejo ao pescoço que silva
(E sua...)

Sou eu que gano a tua ausência
(e lampejo...)
no vaivém das memórias
(que me iça...)

Na linfa:
o teu sabor

Na palma:
as águas proibidas - do teu canto

(E no sangue...)
a vulgar brandura - do rosto
como se o infinito coubesse inteiro,
nas tuas mãos..."


C.A.

Como definir o sabor da saudade?...



Como definir o sabor da saudade?...

"Um misto de alegria... tristeza... melancolia,
Lembranças de um passado que o tempo absorveu...
Róseas sombras de emoções, envoltas em nostalgia,
Que quem sentiu de verdade... nunca, jamais, esqueceu...

É tudo aquilo que fica daquilo que não ficou,
Um gosto contraditório de infindas evocações,
O amargo-doce fruto que lentamente brotou,
Da árvore de nossa vida, no jardim das ilusões.

Evocar entes queridos ou uma meiga amizade,
Leves brisas de amores, sua presença e perfume,
E também casos intensos – tudo acaba em saudade –,
Até o tempero pesado de uma cena de ciúme.

Do inferno ao paraíso, na saudade, a gente vaga,
Viagem indefinível, sabor de recordações,
Em brasas adormecidas que o destino não apaga,
E que agitam, por vezes, cinzas de antigas paixões...

Se arrepios pelo corpo ou delírios pela alma,
É o que a saudade nos causa – seja ou não definida –,
Uma certeza nos fica e a ansiedade acalma:
Saudade a gente sente das boas coisas da vida..."


C.A.

Perdida!!!



"Vem morrer vivendo nos meus braços.
Preenche com o meu colo os teus espaços
Do avesso do meu não, faz o teu sim
Vem poetar de amor dentro de mim...

Grita o aroma rubro do desejo em flor
Perde teu gosto fulvo desta pele em cor
Pensa nas sombras de gemidos vãos
E fazes dos meus lábios tuas mãos
Sente o meu toque no teu toque exangue
Vive o meu gozo no teu próprio sangue...

Dá-me o teu beijo para que eu afague
Dá-me os teus olhos para que eu me afogue
O teu pensamento onde a minha alma cabe
E que o meu corpo no teu corpo acabe..."


C.A.

Grito em silêncio!


Tanta mágoa por ti meu Anjo,
de receber e dar-te o meu calor,
da companhia junto da poesia,
de conversarmos, pura magia.

Tão sofrida tem sido esta minha dor,
que eu grito bem alto em silêncio clamor,
e grito, peço que venha e chegue o dia,
em que não sinta esta dor como companhia!!!

E eis-me aqui sozinha um dia
mais; esperando a alquimia,
que traga até mim o "Meu Anjo".



C.A.

Solidão/exaustão!!!


Solidão que me bate à porta logo cedo,
Digo a ela que não estou para ninguém...
E mesmo assim ela entra, sem pedir licença!!!

Não diz-me por que veio,
Porque nem ela mesmo sabe...
E ainda acusa-me de saber!!!

Fica logo à vontade,
Cheia de liberdades
Que eu permiti sem perceber...

Fala logo que não tem horas
E diz-me que só vai embora
Quando alguém aparecer!!!


C.A.

Ah essa tua/minha vontade!!!


Ah esta minha vontade!!!
Ah essa tua vontade...
de estar dentro de mim...
num momento somente...
para perder-se assim.
O calor que nos invade os dois...
antes, durante e depois.
Vontade de sentir o gosto...
do teu corpo no meu...
ouvir o sussuro:” Sou teu”.
Desejo este de fazer loucuras...
Sentir tua lingua a conhecer-me...
as minhas mãos nuas a procurarem-te...
boca quente esta a minha a sugar-te...
De nada mais ouvir...
senão os nossos gemidos de prazer...
na mais louca vontade de querer.
Sim, sinto a tua vontade sim...
de fazer amor num pedido...
de ficares em mim escondido.
Enquanto entre linguas...
bocas....suores...tremores...
descobertas...eu aberta....
recebo esse teu gozo latente...
que guardado ficará na minha mente...
para que em momentos mais tarde...
tu me desejes novamente...
Ah essa tua/minha vontade!!!

C.A.

Corpo-a-corpo!!!






"Eu vou te mostrar
a beleza do corpo, o átrio, o pórtico, a nave, o chão, a abóbada!
Quero que escutes o silêncio de cristal do cio saciado, sêmen o teu
semeado com luz, a mais fértil luz.
Em corpo montarei teu corpo e montarás meu corpo,
e sairemos a galope, o corpo aberto à palavra do vento,
e verás que uma cópula é o mais belo dos corpos de baile, e o
mais equóreo corpo-a-corpo.
Oh lábios cujo abrir vermelho titilava
os sítios da luxúria com tanta arte viva!
Oh dedos que hábeis eram no de não ser dito!
Oh língua que na língua o sangue audaz tornava!
Oh regência total do entronizado cio
Na suspensão dispersa da consciência em fúria!"


C.A.

Sem título, sem rótulo.


6681675-lg.jpg (320×312)




Instigando a imaginação sem domínio algum sentimentos árduos calafrios intensos,constantes, proibido?

Pode ser, muito mais gostoso!

Idéias…

sentimentos…

imaginação…

totalmente depravada!

Caminhando para o inexistente, o nada.

E que nada !!!

Um nada único, como qualquer ser existente, contendo o mais puro prazer desejado sem duração determinada.

Bocas quentes, macias, carnudas, corpos loucos, curiosos raros contatos, intensos.

Na completa dúvida esperando….

Pouco tempo dentro do desejado, mas a história continua.

O fim?

Não sei… não espero…

não quero alcançá-lo

tenho medo, receio de nunca mais sentir, encostar, olhar, beijar, agarrar.

Quero eternamente o que sei que não é eterno

Esta sensação perfeita, enlouquecedora…

Os melhores momentos, de todos os segundos.


C.A. (By Natasha Ostinowsky)

Hoy no me conformo con nada.



No me conformo el no tenerte,
el alma atrapada en las rejas de
mi cuerpo, lucha por huir.

No me conformo el no tenerte,
de mi alma ha sido un baladro
mortal, cada vez que recuerdo
tus manos deslizándose sobre
mi piel, como las olas cuando
frenéticas se diluyen sobre las arenas doradas.

no me conformo el no tenerte,
pues el cuerpo es asosegado con
los encantos que la fantasía derrama.

No me complazco con nada,
del tacto desapareció el placer por tocar,
de mi olfato se fue tu perfume,
de mi vista huyó tu imagen,
de mi boca tus calidos besos,
de mis oídos tus murmullos delirantes.

No me conformo el no tenerte,
por que el alma se muere a cada
instante que pasa de este interior
intangible, de esta vida que se me acaba....

Hoy no me conformo con nada.


C.A.

Pensa em mim.

Remete-me os dedos
em vez de cartas de amor
que já escreveste
que já recebi...
Passeiam em mim estes dias
que parecem repetir
o amor bem feito
que tu tinhas a mania de fazer comigo.
Não sei meu querido
se era o teu jeito
ou fazias de propósito
mas era bom, sempre bom...
e assanhavas os meus dias.
Refaz o verso
que mantinhas sempre tesa
a minha rima
firme
confirme
o ardor dessas jorradas
de versos que nos bolinaram os dois
a dois.
Pensa em mim
e visita-me em imaginação
de pombos onde nós fazemos junção.
Repito:
Pensa em mim,não te esqueças de mim...

Pois eu recordar-te-ei eternamente.

C.A.


Tu queres eu quero também.




"Eu sei o que é que tu queres
eu quero também
Ahh


Vejo-te a chegar
como se o mundo fosse teu
estrela mais brilhante
que o mundo já conheceu
vestida pa matar
com um andar confiante
roupa apertada
nesse corpo deslumbrante
tiras o casaco e exibes o decote
adoro essa calça colada ao teu pacote
saltos finos e altos
dao-te a altura perfeita
gym todos dias
da-te a postura direita
labios carnudos
com o batom bem escolhido
apetece-me puxar esse cabelo comprido
sorriso capaz de derreter um glaciar
consegues despir-me so com o teu olhar
eu previ o meu futuro
assim que te vi
daqui a pouco tempo
já não estamos aqui
sei que tu sabes
porque sabes que sei
sei que olhas-te porque sabes que eu olhei
baby

Eu sei o que e que tu queres
eu sei o que e que tu queres
eu sei o que e que tu queres
eu quero também
Ahh


Levo-te a jantar
num restaurante à media luz
queres beber alguma coisa
para quebrar os teus Tabus?
para mim não obrigado
os meus já os quebrei
abres-me o apetite
nem parece que já jantei
quase que aposto que temos o mesmo plano
hoje vai ser a noite mais quente do ano
tu es a causa deste minha doença rara
não consigo tirar o sorriso parvo da cara
ya...

Eu sei o que e que tu queres
eu sei o que e que tu queres
eu sei o que e que tu queres
eu quero também
Ahh


Portas trancadas ponho a chave na igniçao
vou ser multado por excesso de tesao
fazendo manobras que mais ninguém conhece
curvas apertadas baralham-me o GPS
sigo o teu perfume
como se fosses um mapa
estrada tão molhada
o carrinho até derrapa
desliga o telefone
para não haver interferencias
pergunta o que quizeres
eu respondo reticencias...


Eu sei o que e que tu queres
eu sei o que e que tu queres
eu sei o que e que tu queres
eu quero também..."

C.A.

Sobre(viver).


Servem-te o fim numa bandeja de charme e romance
Optas por petiscar um pouco do podre que tens
Fechas-te em copas com o novo paladar
Aguardas outra injecção de angustia
Não esperas mais nada
Deram-te mais do que desejavas
A história da tua vida
Sabes agora como acabas
Foges corres e não paras
Não precisas
Hás-de parar.
Não por ti,
por alguém.

O calendário apressa-se em mostrar que ja se avizinha
Rasgas-lhe dias e dias
Como se saltasses sobre ele
Como se o ludibriasses
E depois te sentasses de novo no sofá
Que já não tem a mesma cor nem textura
Mas o fim ainda perdura
Ainda se faz vingar da tua mentira
Ainda te oferece toda a amargura
Que juraste nunca querer
Não hoje
Não nesta vida...

Rogas preces
Defendes o teu caso
Reinventas-te como quem não o merece
Desiste.
Adocica-te com ele
Rasga-te na coxa um pouco de pele
Desenha um bolso
E guarda-o
Não, na coxa não
Perto do peito
Dentro do coração
Estima-o.

"E só assim eu sobrevivo."
C.A. (By Vasco Leão)

Arrebata-me.



"Arrebata-me,
Planta o meu sonho
Em crateras da lua.
Silencia os meus ais.
Cobre-me com etéreo
Corpo...
Provoca em mim desmaios.
Acelera os meus fluidos
Em quedas de exaustão.
Apalpa o meu ventre,
Sente nele o movimento.
Beija-me os lábios,
Que se desfazem em lavra.
Liberta em mim esta fera louca,
Devora todos os meus medos.
Ardo em brasas,
Na fogueira do meu passado.
Sou, em momentos, hospedeira
Do teu espírito imprevisível
Tornando-me um fragmento
No espaço do tempo.
Vem e rouba das artérias
O vinho que embriaga-te.
.............................................
Enfraqueço...
.............................................
Não quero sentir,
Porém estou diante de um xadrez
Disputo, pedra a pedra todo o dia.
Ela, cínica, possuí o meu Rei,
A vitoriosa Saudade,
Para quem eu perdi o jogo..."

C.A.

Eu proponho-te.


"Eu proponho-te:
- encontros à meia luz
em quartos de desejos
com janelas de nudez,
e portas escancaradas
para receber com pompas
o amor fugido dos silêncios.

Eu proponho-te:
- entre mordidas e beijos
que ouças a minha voz liberta
deixando no espaço o eco
dos gritos da minha carne
ansiosa por sentir
o arrepio da tua pele
quando os meus dedos percorrem
o caminho do teu sexo.

Eu proponho-te:
- fúria, tempestade, tremores,
no mar dos lençóis de seda
para eu ficar à deriva
nas águas do teu prazer,
procurando no céu dos teus olhos
cadentes estrelas kamassutreanas
desenhando na minha mente
as mais loucas posições.

Eu proponho-te:
- não deixar o fogo amainar,
avivá-lo com as muitas achas
da minha lascívia latente,
retirando as cinzas com o sopro
vindo do fundo das entranhas,
expondo todas as brasas
que são momentos de loucura
ao embriagar-me em cio
com teu doce licor carnal..."


C.A.

A tua boca!!!


"A Tua boca...
Sim...A Tua boca...
O desejo tomava conta de mim
ao querer beijar a tua boca...

Sim...
Os meus lábios quase pressentem
o próximo toque dos teus.

Boca linda...Dizias tu...
Lábios vermelhos...
Desejo trazer junto comigo
Sempre...

Encostavas os teus lábios aos meus,
As bocas se juntavam...
E se encontraríam tão belas...
Tão ansiosas... tão ávidas...

Bebia ali todo o teu veneno...
Bebia ali todo o teu desejo...

Dali,a minha pele, sensível ao toque,
se desvendaria para as tuas caricias...

Os teus lábios tocaríam a minha pele...
Lábios, peregrinos, visitaríam os meus refúgios...

Lindo desejo...
Deixavas algo de ti no teu beijo
que não recuperava jamais...

Entravas no meu quarto.

Eu,sentada na cama de calcinha e camisinha,
cabelos soltos...
A materialização da fêmea louca...
Louca como nunca... fêmea.
Eu falava e tu...
embriagavas-me de ti...
embebias-me de ti...
Prendias-me o olhar...
com ar de sedução...
Assim sob o abat-jour...
Beleza... fascínio.. calor...

Solta o pensamento...
- Quero-te...
O desejo integrou-me...
Recebi a tua mão no meu rosto
e a caricia tocou-me por dentro.
Entreguei-me.
Deito-me sobre o teu corpo...
Um beijo na minha boca...
Rendida à magia...
Afasto-me...
Um seio para fora,
colocado sobre os teus lábios.
Lábios secos aveludados...
Percorrendo lentamente a auréola
Lábios macios...
Tocando a ponta dos meus mamilos.
Gemidos... murmúrios...
Arrepios...
Dentes sem força...
Ponta da língua...
Leve...

As tuas mãos percorrendo
a geografia da pele.
A topografia da carne.
A ponta dos dedos...
A palma das mãos,
em lenta progressão,
por caminhos indecifráveis.
Penugens...
dos braços...
das pernas...
das coxas...

Calor,
o meu corpo está quente.
Cheiro de fêmea...
fragrância...
Prazer.
Sabor.
Todos sentidos presentes
Delicias.

Deitas sobre mim.
As minhas coxas tocam-te os flancos.
As bocas que encontram-se,
línguas que integram-se.
Sexos que tocam-se,
águas que misturam-se.
Braços que enlaçam-se.
O beijo percorre os teus dentes.
Os meus dentes pressionam os teus lábios.
Súbito um beijo de carinho
no meio do ardor.
Como para buscar a alma
neste mundo de presenças.

As mãos penetram nos cabelos,
sucessivos beijos nas faces,
nos olhos, nos lábios.
Confiança de seres meu.
Certeza de ser tua.
Palavras de carinho e desejo.

Os lábios viajam pelo rosto,
enquanto pernas e braços enlaçam-se.
Acolhem-se, apertam-se...
E então um beijo profundo
Um doce sabor...
Encontro de águas..
Sugo o teu espirito para dentro de mim...
Entrego o meu para ti...
Os dois integram-se num só
na junção dos plexos solares.
Não estamos mais ao nível da pele.

A minha boca exige a tua boca.
Os ventres movem-se em procura de encontro.
A pele abre-se na mistura das carnes.
Músculos que apertam-se.
Não existe mais
qualquer conceito de distancia.

As línguas desejam lamber...
Os dentes desejam morder...
A boca deseja sugar...
O pescoço... Os ombros...
Os braços... O colo...
Mordendo e lambendo as axilas...
Abocanhando firme os meus seios.
Sugando prá dentro da tua boca...
A língua, dentro, beijando.
Mordes... magoas-me.
Eu arranho-te as costas...
Puxas os cabelos...
As pernas apertam-te...
Diz que me queres...

Tu paras...
Beijos de carinho...
na ponta dos seios.
No colo, na minha boca.
Quero-te...Adoro-te...

Retomas o fervor.
Alcanças o meu sexo.
Beijas-me com os teus lábios
os lábios da minha vulva.
A virilha... o anus...
A língua... a saliva...
A ponta da língua...
A língua inteira...
Estremeço...
Imploro...

Encontras a minha fonte...
e vais lá no fundo beber a minha água...
muita água...
e levas prá dentro de ti...
saciando a sede do meu sabor.
Tu mordes... tudo.
A língua .
Chegas no ponto certo.
A boca...
A língua...
Os dentes...
Eu grito....

Inicio um frêmito crescente...
Puxas o meu corpo
para cima do teu.
Com os dedos afastas os meus lábios
e entras em mim até ao fundo.
Eu engulo..
Eu lambo-te...
O ritmo cresce....
..........................
Um grito da alma...
No fundo... paramos.
As bocas igualam-se...
Enches-me de "suco".
Abraço apertado...
Carinho...
- Adoro-te.
Relaxamos...
Adormeço em cima de ti."


C.A.

Vamos cometer um crime?


"Testemunhas: as quatro paredes.
Local do crime: a cama.
Réus: eu e tu.
Crime cometido: amor louco e desenfreado,
Amor sem limites,
Amor em todas as suas formas possíveis,
Em todas as formas em que seríamos compatíveis.

Acoplados com a perfeição de dois módulos espaciais,
Onde qualquer erro milimétrico,
Comprometeria o sucesso da missão...

Missão cumprida...

A missão seria um sucesso total,
Pois dois corpos tornar-se-iam um!
Não mais existiria (eu) e (tu),
Mas, sim, (eu-tu)... "

Cometeríamos um crime perfeito!!!


C.A.

Diz...


"Sim... podes falar...
fala de paixão
fala de tesão
fala do teu jeito
que não é maldito...
Fala sussurrando tudo
ao meu ouvido
como um zumbido
de prazer...

Diz... diz que estás apaixonado
diz que és o meu amado
desde outra vida
e que nada será violado
além da paixão...
e que sempre haverá o cuidado
de nos pertencer...
... proteção...

Diz... diz que desejas o meu último sorriso
diz tudo aquilo que eu preciso
diz o que quer
e o que não quer
teu coração...
é tudo permitido
êxtase de emoção."
C.A. (By Isabel Machado)

Invade o meu intimo!!!


Toca-me, como quem toca o piano!
Estuda a partitura
e, entre bemóis e sustenidos,
dedilha as minhas teclas com doçura.

Lê as notas cuidadosamente.
Percebe a harmonia e o ritmo
e, entre tons e semitons,
Invade o meu íntimo.

Toca-me como quem toca violino!
Alisa as minhas cordas com teu arco,
roça as minhas curvas com maestria,
deixa soar vibrante melodia.

Toca-me pianíssimo por sob a
lingerie de que tanto gostas.
Escreve com teus dedos no meu corpo
o mais belo poema de amor.

Entre suspiros e ais, toca-me!
Delicadamente, beija-me com carinho,
envolve-me com toda a ternura,
como se eu fora... verdadeiramente tua.


C.A. (By Maria Goreti Rocha)

Aos teu pés!!!


"Assim,
aos teus pés,
não tenho nada a oferecer
além do meu amor exagerado
além das minhas próprias palavras
além dos temperos da minha cozinha


Aos teus pés,
Sou toda manhã e afeto
sou abandono nos teus abraços
sou cheiro de maresia
sou poesia na letra da tua canção
sou mãos delicadas, beijos nervosos...


Assim,
quero a minha alegria contagiando a tua
quero o meu desejo compartilhado ao teu
quero saliva,
suor,
sentidos...
Quero os teus sabores."

C.A. (By Dulce Miller)

Viver ou Morrer?






Se te queres matar, porque não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por actores de convenções e poses determinadas,
O circo policromo do nosso dinamismo sem fim?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!

Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...

A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é a coisa depois da qual nada acontece aos outros...

Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...

Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...

Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.

Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência!...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?

Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?

Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem,
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?

És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjectividade objectiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?

Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?

Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente:
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células nocturnamente conscientes
Pela nocturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atómica das coisas,
Pelas paredes turbilhonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...



C.A. (By Álvaro de Campos)

Batendo na porta do Céu...






Mama take this badge from me
I can't use it anymore
It's getting dark too dark to see
Feels like I'm knocking on heaven's door...

"knock,knock,knocking on heaven's door"

Mama put my guns to the ground
I can't shoot them anymore
That cold black cloud is comin' down
Feels like I'm knocking on heaven's door...

"knock,knock,knocking on heaven's door"

You just better start sniffin' your own
rank subjugation jack 'cause it's just you
against your tattered libido, the bank and
the mortician, forever man and it wouldn't
be luck if you could get out of life alive.

"knock,knock,knocking on heaven's door"
"Batendo batendo batendo na porta do céu"

C.A.

De olhos vendados.



"Vendo os olhos,
fecho as pálpebras
deito-me a adivinhar sentidos
dos caminhos percorridos,
dos trilhos calcorreados
por anos já decorridos.
Cem vezes foram pisados,
sem tempos foram perdidos,
cem casos desperdiçados
sem prantos foram sofridos.

Contorno esquinas de dor,
conto pedras da calçada
que pavimentam a alma,
à noite, pela calada.
Sei-as bem, sei-lhes a cor,
cada linha, sua textura,
seu escolho, cada fractura,
que tacteio com brandura,
evitando com candura
padecimentos de amor.

Procuro voz que me acalme,
Que me sossegue e me mime
que me leve desta estrada
onde sem querer me perdi.
Onde as casas sem janelas,
destas íngremes ruelas,
querem-me vendar com elas,
para não te ver a ti."

C.A.

Beija-mas!!!


"Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!...

Permite-me reservar,um pedaço de mim para o sonho, um pedaço de mim para o chão, pois o resto, de certo, partirá.Incita-me a buscar em ti segredos, a redimir os meus próprios erros, nos momentos sinceros ... mudos,mas puros, de contemplação.Há um pedaço de ti, que me espera?Não...Há um todo de mim que desgoverna, quando só governa o coração.Há um todo de mim que desfalece...Quando o sol se vai e escurece.Sem o toque sutil dos teus mimos.(Saudades estas que tenho de ti.)"

C.A.

Ouve, meu anjo


"Ouve, meu anjo:
Se eu beijasse a tua pele?
Se eu beijasse a tua boca,
ficarias comigo eternamente?

Não, sei bem que não!!!
Mas tu viverás sempre na minha mente..."

C.A.

Ausência!!!


"Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua."


C.A (By Sophia de Mello Breyner Andresen)

Queria ter a certeza!!!


"Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesma.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, .............
......................................................
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas..."



C.A. (Mário Quintana)

Cansada e humilhada!!!


"- Fizeste planos?
- Tomar comprimidos, cortar os pulsos, depois enforcar-me.
- Tudo ao mesmo tempo?
- De certeza que não podia ser reconstituído como um grito de ajuda.

(Silêncio.)

- Não ia resultar.
- Claro que ia.
- Não ia resultar. Sentias-te sonolenta dos comprimidos e não tinhas energia para cortar os pulsos.

(Silêncio.)

- Se ficares sozinha achas que podes fazer mal a ti própria?
- Acho que sim e isso assusta-me.
- Pode ser uma espécie de protecção?
- Sim. É o medo que me afasta da linha do comboio. Só espero, por amor de Deus, que a morte seja a merda do fim. Sinto-me com oitenta anos. Estou cansada da vida, a minha mente quer morrer.
- Isso é uma metáfora, não a realidade.
- É um símile.
- Não é a realidade.
- Não é uma metáfora, é um símile, mas mesmo que fosse, aquilo que define uma metáfora é ela ser real.

(Um longo silêncio.)

- Não tens oitenta anos.

(Silêncio.)

- Tens?

(Um silêncio.)

Ou tens?

(Um longo silêncio.)

- Desprezas todas as pessoas infelizes ou sou só eu em particular?
- Não te desprezo. A culpa não é tua. Tu estás doente.
- Não acho.
- Não?
- Não. Estou deprimida. A depressão é ira. Foi o que tu fizeste, quem lá estava e quem culpas.
- Quem é que tu estás a culpar?
- A mim.

[2º registo]

- Epá, o que é que te aconteceu ao braço?
- Cortei-o.
- Isso é para chamar a atenção, que coisa tão infantil. Aliviou-te?
- Não.
- Aliviou-te?

(Silêncio.)

Aliviou-te?
- Não.
- Não percebo por que é que fizeste isso?
- Então pergunta.
- Aliviou a tensão?

(Um longo silêncio.)

Posso ver?
- Não.
- Gostava de ver, para ver se está infectado.
- Não.

(Silêncio.)

- Sabia que podias fazer isso. Há muitas pessoas que fazem. Alivia a tensão.
- Já alguma vez fizeste?
- ...
- Não. És sensível e são demais merda. Não sei onde é que tu leste isso, mas não alivia a tensão.

(Silêncio.)

Por que é que não me perguntas porquê?
Por que é que eu cortei o braço?
- Queres dizer-me?
- Quero.
- Então diz-me.
- PERGUNTA-ME PORQUÊ!!!

(Um longo silêncio.)

- Por que é que cortaste o braço?
- Porque me sinto muito bem merda. Porque me sinto fantástica merda.
- Posso ver?
- Podes ver. Mas não toques.
- (Olha) Achas que estás doente?
- Não.
- Eu acho. A culpa não é tua. Mas tens de responsabilizar-te pelas tuas acções. Por favor não voltes a fazê-lo.

[3º registo]

Vim ter contigo à espera de ser curada.

És o meu médico, o meu salvador, o meu juiz omnipotente, o meu padre, o meu deus, o cirurgião da minha alma.

E sou tua partidária na sanidade.
---------
para atingir objectivos e ambições
para superar obstáculos e atingir altos padrões
para aumentar a auto-avaliação pelo bem sucedido
exercício do talento
para superar a oposição
para ter controlo e influência sobre os outros
para me defender
para defender o meu espaço psicológico
para justificar o ego
para receber atenção
para ser vista e ouvida
para excitar, surpreender, fascinar, chocar, intrigar,
divertir, entreter ou atrair os outros
para estar livre de restrições sociais
para resistir à coacção e à constrição
para ser independente e agir de acordo com o desejo
para desafiar a convenção
para evitar a dor
para evitar a vergonha
para apagar as humilhações passadas recapitulando as
acções
para manter o auto-respeito
para reprimir o medo
para superar a fraqueza
para pertencer
para ser aceite
para nos aproximarmos e nos relacionarmos agradavelmente
com o outro
para conversar de maneira amigável, para contar histórias,
trocar sentimentos, ideias segredos
para comunicar, para conversar
para rir e contar piadas
para conquistar a afeição do Outro desejado
para aderir e mantermo-nos fiéis ao Outro
para gozarmos experiências sensuais com o Outro
projectado
para alimentar, ajudar, proteger, confortar, consolar,
apoiar, cuidar ou curar
para ser alimentada, ajudada, protegida, confortada,
consolada, apoiada, cuidada ou curada
para construir uma relação agradável, durável, cooperante e recíproca com o Outro, com um ideal
para ser perdoada
para ser amada
para ser livre..."



C.A.(Excertos da peça de Sarah Kane)



"Suddenly the night has grown colder.
The God of love preparing to depart.
Alexandra hoisted on his shoulder,
They slip between the sentries of the heart.

Upheld by the simplicities of pleasure,
They gain the light, they formlessly entwine;
And radiant beyond your widest measure
They fall among the voices and the wine.

It’s not a trick, your senses all deceiving,
A fitful dream, the morning will exhaust ?c
Say goodbye to alexandra leaving.
Then say goodbye to alexandra lost.

Even though she sleeps upon your satin;
Even though she wakes you with a kiss.
Do not say the moment was imagined;
Do not stoop to strategies like this.

As someone long prepared for this to happen,
Go firmly to the window. drink it in.
Exquisite music. alexandra laughing.
Your firm commitments tangible again.

And you who had the honor of her evening,
And by the honor had your own restored ?c
Say goodbye to alexandra leaving;
Alexandra leaving with her lord.

Even though she sleeps upon your satin;
Even though she wakes you with a kiss.
Do not say the moment was imagined;
Do not stoop to strategies like this.

As someone long prepared for the occasion;
In full command of every plan you wrecked ?c
Do not choose a coward’s explanation
That hides behind the cause and the effect.

And you who were bewildered by a meaning;
Whose code was broken, crucifix uncrossed ?c
Say goodbye to alexandra leaving.
Then say goodbye to alexandra lost.

Say goodbye to alexandra leaving.
Then say goodbye to alexandra lost. "


C.A.

Orgasmo!!!Queria eu...


Queria (Eu) o teu Sexo
adorável
palavra...
Queria (Eu) o Ato
delicioso
incansável ...
Queria (Eu) o teu Corpo
curvas derrapantes
maravilhoso ...
(Eu)
estou condenada
(Tu) és o culpado
De desejos ardentes
Noite gelada
Inverno na madrugada
Parece verão
Corpo febril
Culpa desta paixão
Esse teu rosto infantil
A sorrir
"Não pares"...
Estou quase atingir...




C.A.

Erótica, é... ótica!

Já é de madrugada,
as palavras ficam ressoando,
erótica, erótica...
Deve haver um erro,
sem ar,
quente, abafado,
derreteu-se algo em mim,
e ficou: é... ótica!

É isso.
Visão.
Noite quente,
calor, fornalha,
corpo quente,
fogo...

Acendo a luz,
fecho a porta,
lembro do fado:
"de quem eu gosto,
nem às paredes confesso";
o anúncio da TV, chama a atenção:
-Liga-me , vai... Liga-me!
Erótica...
Sim, visão...

Começo a despir-me
lentamente,
solto os cabelos,
eles espalham-se
e cobrem as protuberâncias
das minhas curvas...

Acaricio lentamente meu corpo,
descendo suavemente as mãos,
a carne é firme,
sinto as pernas trêmulas,
olho no espelho,
gosto do que vejo,
sou uma mulher bonita,
sensual,
firme, macia,
lembro outra vez:
"liga-me, vai... Liga-me"

O telefone está perto,
companheiro único,
preto,
frio,
mudo,
estático...

Ainda espero.
Continuo descendo as mãos
com suavidade,
sinto falta de carinhos,
olho a imagem,
é... ótica...

As pessoas não se olham,
não conhecem o seu corpo,
não olham a si mesmas,
não se amam,
não se desejam,
não se tocam...

"Eu me amo... Eu me amo
"Tinha uma música assim,
seriam loucos?
Coisa de jovens?
Rock?
Não.
Amar a si mesmo
é o ponto de partida,
se não nos amarmos,
não amaremos a mais ninguém!

Eu amo a muitos...
Em cada um, eu amo alguma coisa;
a voz,
o gosto,
o cheiro,
o pensamento,
o olhar,
as idéias,
o desafio,
o perigo,
o desejo,
o sexo...

Mas estou só,
absolutamente só,
eu, comigo mesma!

Erótica?
Talvez nos pensamentos,
nas rimas,
na inspiração,
só na ponta dos dedos,
digito freneticamente,
nada mais...
Na verdade, só é.. ótica!

Visão de uma realidade virtual
visão de um sonho
que embalo no seio
como um filho que suga
o meu leite,
aquela deliciosa sensação
de ser sugada,
amada,
comida, esmagada!

Lembranças...
Gostos, cheiros, fatos,
o passado...

Hoje já é o passado de amanhã,
então, só tem eu aqui;
preciso amar-me!
Se não amar-me,
se não houver um tico de narcisismo,
chegará a depressão,
mulher mal amada,
mulher vencida!

Penso...
Que desperdício!
O tempo corre,
eu grito,
o meu grito não tem eco,
os ventos espalham as pétalas da Rosa,
e o tempo continua veloz,
implacável!

Preciso,
sinto que preciso,
dividir, somar,
este corpo com alguém,
preciso sentir outras mãos
que não as minhas,
tocando a minha pele macia,
buscando os meus caminhos,
palavras quase inaudíveis
arrancando os meus gemidos,
sugando o meu sangue...

Atiro os cabelos para trás,
acabei de penteá-los,
estendi a roupa de dormir,
deixo a minha imagem
reflexa no espelho,
sou capaz de ver o brilho
das estrelas cintilando nos meus olhos,
na minha pele,
desnudo meu pescoço
mas nenhum vampiro
entra pelas vidraças...

Silêncio total,
só a brisa da noite
e os raios da lua
banham meu corpo quase nu,
chega um misto de prazer e sono...

Começo a dormir e
viajo dentro de mim mesma...

O que encontro?
Minha sombra vagando
pelos espaços vazios dos caminhos,
solidão...

É... ótica.
Nada mais.
Não existe nada,
além da imaginação!

O devaneio adormece
em meus braços,
viajo nos sonhos
e encontro o meu príncipe,
ele vem da floresta encantada,
cavalga na minha direção,
atira-me sem jeito
no dorso do seu garanhão,
o galope é forte,
e, no embalo da ilusão,
adormeço, só,
completamente só!

Quando os raios de sol
entram e aquecem pela manhã
a cada aurora,
volto à rotina...
Ali adormeceu a poesia
e, agora, acordou a realidade...

Um dia como outro qualquer,
a rotina,
a vida,
a esperança,
a solidão,
a mesma ótica... Erótica!!!

C.A. (In Janete, Rosa dos Ventos)

Um dia!!!




"Um dia, irei desejar-te ou nao . Nao sei . Mas nesse dia, poderei relembrar-te o quanto já te amei, o quando já esperei por ti . Posso já nao sentir tudo o que sair da minha boca ou posso ainda sentir tudo de todas as maneiras .. Nessa altura, poderei entao dizer-te que ainda te desejo muito mais do que as folhas das arvores quando desejam o outono para cair... Muito mais do que as flores quando desejam a primavera para florirem ..."

Nao te vou esquecer... Nao por enquanto.


C.A.

Lábios...


Morde-me!








Beija-me! Toca-me!Desflora-me!!!


Sussuro os meus lábios nos Teus!



C.A










"Feel you like a river"


"And I feel, I feel, I feel you like a river"


C.A.

Sob o chuveiro amar...



Sob o chuveiro amar, sabão e beijos, ou na banheira amar, de água vestidos, amor escorregante, foge, prende-se, torna a fugir, água nos olhos, bocas, dança, navegação, mergulho, chuva, essa espuma nos ventres, a brancura triangular do sexo -- é água, esperma, é amor se esvaindo, ou nos tornamos fontes?






C.A. (In Carlos Drummond de Andrade)

Sentidos!!!



"Meus dedos
lentos
percorrendo
a medo
teu corpo
aberto
oferto.

Meus dedos
surpresos
soltando
o calor
o cheiro
de teu corpo
descoberto.

Meus dedos
olhos
trazendo
imagens
mensagens
ao meu corpo
trémulo.



Esqueci
teu nome
teu rosto
o quando
e o porquê
Só existes
em meus dedos..."


C.A. (In Eugénia Tabosa)

Sem açucar!





"Todo dia ele faz diferente
Não sei se ele volta da rua
Não sei se me traz um presente
Não sei se ele fica na sua
Talvez ele chegue sentido
Quem sabe me cobre de beijos
Ou nem me desmancha o vestido
Ou nem me adivinha os desejos

Dia ímpar tem chocolate
Dia par eu vivo de brisa
Dia útil ele me bate
Dia santo ele me alisa
Longe dele eu tremo de amor
na presença dele me calo
Eu de dia sou sua flor
Eu de noite sou seu cavalo

A cerveja dele é sagrada
A vontade dele é a mais justa
A minha paixão é piada
A sua risada me assusta
Sua boca é um cadeado
E meu corpo é uma fogueira
Enquanto ele dorme pesado
Eu rolo sozinha na esteira"


C.A (In Chico Buarque)

"Grito erótico"



Caluniaste o meu corpo
ao longo dos teus gestos
sem medida

Desde a palavra exacta
do meu sexo
e soletraste-me puta

Puta
Puta

Angustiosamente erótica
abri-me em coxas
e penetrei-te na minha fauna aquática
Grito marinho
a escorrer nas algas
do meu ventre

Puta
Puta.


C.A. (In Manuela Amaral)

Fistful of Love





......................."YOU FEEL".........................



C.A.

From Sarah with love!



"So don't make me blue when I write to you"

C.A.

Unbreak My Heart!


"Don't leave me in all this pain
Don't leave me out in the rain
Come back and bring back my smile
Come and take these tears away
I need your arms to hold me now
The nights are so unkind
Bring back those nights when I held you beside me...

Un-break my heart
Say you'll love me again
Un-do this hurt you caused
When you walked out the door
And walked outta my life
Un-cry these tears
I cried so many nights
Un-break my heart..."

(Toni Braxton)

C.A.

Tu, eu e a saudade!

Quando o Amor é cego a Loucura sempre o acompanha!


"A Loucura resolveu convidar os amigos para tomarem um café na sua casa.
Todos os convidados foram. Após tomarem o café, a Loucura propôs: - Vamos brincar de esconde-esconde?

O que é isso? Perguntou a Curiosidade.
Esconde-esconde é uma brincadeira em que eu conto até cem e vou procurar.
O primeiro a ser encontrado será o próximo a contar.

Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça.

1, 2, 3..., a Loucura começou a contar. A Pressa se escondeu primeiro, em qualquer lugar. A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa da árvore.

A Alegria correu para o meio do jardim; já a Tristeza começou a chorar, pois não achava um local apropriado para se esconder. A Inveja acompanhou o Triunfo e se escondeu perto dele, debaixo de uma pedra.
A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam-se escondendo.

O Desespero ficou desesperado ao ver a Loucura que já estava noventa e nove, cem...Gritou a Loucura:
-Vou começar a procurar.

A primeira a aparecer foi a Curiosidade já que não agüentava mais, querendo saber quem seria o próximo a contar.

Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima do muro, sem saber em qual dos lados se esconderia melhor.
E assim foram aparecendo, a Alegria, a Tristeza, a Timidez...

Quando estavam todos reunidos,
A Curiosidade, perguntou:
-Onde está o Amor?

Ninguém o tinha visto. A Loucura começou a procurar. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do Amor aparecer.

Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou um pau, começou a procurar entre os galhos, e de repente ouviu um grito.

Era o Amor,a gritar por ter furado os olhos com o espinho.

A Loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e até prometeu servi-lo para sempre.

O Amor aceitou as desculpas. Desde então e até hoje..."

“O Amor é cego, e a Loucura sempre o acompanha”.

C.A.

Pensamento existencial!


"Não queiras ser famoso. Não queiras ser um armazém de regras. Não queiras apreender a função das coisas. Não queiras ser o mestre do conhecimento que manipula."

(Tchuang-Tseu, filósofo chinês ligado ao taoismo, século III ou II a. C., Book of Tchuang-Tseu)


C.A.

Uma carta de Amor.


Uma carta de Amor..."Lamenta triste saudade, aperto, querer "ter"...
O Amor é único e eterno...É Vida e morte...
O Amor é viagem sem regresso."
O Amor sou eu...O Amado és tu.

C.A.

Se deja llevar!!!



"Desejar...Querer...Tocar...Prazer...Beijar...Acariciar...Sentir...Amar."

"Desejo-(te)...Quero-(te)...Tocar-(te)...Prazer...Acariciar-(te)...Sentir-(te)...Amar-(te)."


"Pasan los dias y todo el silencio
que robe lo dejo enterrado de
testigo la tinta y el blanco papel

Suman los dias, suman suman
y vuelven a restar mientras que
no encuentro me dejo llevar

Se deja llevar, se deja llevar
una vez mas
Se deja llevar, se deja llevar
una vez mas

Y si el destino no me deja descansar
por no conocerme
me confunde esta mente
que suele entañar

Me piede el sexo turbulento
Me pierte el son del son
Son de quando llegas
Son de quanto voy
Son de tu cadencia
Son de como soy

Se deja llevar, se deja llevar
una vez mas
Se deja llevar, se deja llevar
una vez mas

Cuando las horas se confunden
al compas que marca el dinero
me despendo del alma y espero sin mas

Cuando espero desespero
y viajo en el enredo
de su ponedad
y conta

Se deja llevar, se deja llevar
una vez mas
Se deja llevar, se deja llevar
una vez mas

La conclucione is que quererte
no es lo mismo que tenerte
Que tenerte no es quererte
Y perderte esta mi suerte
que yo vivo del presente
Y el presente derrepente
lo compone lo que sabes
que la vida esta la muerte

Que mal se vende si es su cuerpo
se deja llevar
que mas mentiras que el desprecio
se deja llevar
que mas regalos que un te quiero
mas eterno que el silencio
mas sincero que es el echo dejarse llevar..."

C.A.

Para que gritar?


Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:

"Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas"? "Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.

"Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado"?, questionou novamente o pensador.


"Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo.

E o mestre volta a perguntar :

"Então não é possível falar-lhe em voz baixa"?

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.

Então ele esclareceu :

"Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido"?

O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito.

Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.

Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.

Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas?

Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê?

Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena.

Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.

E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta.

Seus corações se entendem.

É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo:

"Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".

C.A. (In:Mahatma Gandhi)