Começo!!!Fim!

Mesmo agora!!!

Forever Yours...



Fare thee well, little broken heart
Downcast eyes, lifetime loneliness
Whatever walks in my heart will walk alone
Constant longing for the perfect soul
Unwashed scenery forever gone
No love left in me
No eyes to see the heaven beside me
My time is yet to come
So I'll be forever yours


Experimentei você bem, pequeno coração partido
Olhos abatidos, uma vida inteira de solidão
Qualquer um que caminhar pelo meu coração
Irá caminhar sozinho
Uma constante busca pela alma perfeita
Um cenário não limpo que se foi para sempre
Qualquer um que caminhar pelo meu coração
Irá caminhar sozinho
Não foi deixado amor para mim
Sem olhos para ver o paraíso que existe do meu lado
A minha hora já está para chegar
"Então eu serei eternamente sua"

Se eu de ti me esquecer!!!


Se eu de ti me esquecer, nem mais um riso
Possam meus tristes lábios desprender;
Para sempre abandone-me a esperança,
Se eu de ti me esquecer.

Neguem-me auras o ar, neguem-me os bosques
Sombra amiga, em que possa adormecer,
Não tenham para mim murmúrio as águas,
Se eu de ti me esquecer.

Em minhas mãos em áspide se mude
No mesmo instante a flor, que eu for colher;
Em fel a fonte, a que chegar meus lábios,
Se eu de ti me esquecer.

Em meu peregrinar jamais encontre
Pobre albergue, onde possa me acolher;
De plaga em plaga, foragido vague,
Se eu de ti me esquecer.

Qual sombra de precito entre os viventes
Passe os míseros dias a gemer,
E em meus martírios me escarneça o mundo,
Se eu de ti me esquecer.

Se eu de ti me esquecer, nem uma lágrima
Caia sobre o sepulcro, em que eu jazer;
Por todos esquecido viva e morra,
Se eu de ti me esquecer.


(Alphonsus de Guimaraens Filho)

Diz NÃO!!!


Diz NÃO à liberdade que te oferecem, se ela é só a liberdade dos que ta querem oferecer. Porque a liberdade que é tua não passa pelo decreto arbitrário dos outros.

Diz NÃO à ordem das ruas, se ela é só a ordem do terror. Porque ela tem de nascer de ti, da paz da tua consciência, e não há ordem mais perfeita do que a ordem dos cemitérios.

Diz NÃO à cultura com que queiram promover-te, se a cultura for apenas um prolongamento da polícia. Porque a cultura não tem que ver com a ordem policial mas com a inteira liberdade de ti, não é um modo de se descer mas de se subir, não é um luxo de «elitismo», mas um modo de seres humano em toda a tua plenitude.

Diz NÃO até ao pão com que pretendem alimentar-te, se tiveres de pagá-lo com a renúncia de ti mesmo. Porque não há uma só forma de to negarem negando-to, mas infligindo-te como preço a tua humilhação.

Diz NÃO à justiça com que queiram redimir-te, se ela é apenas um modo de se redimir o redentor. Porque ela não passa nunca por um código, antes de passar pela certeza do que tu sabes ser justo.

Diz NÃO à verdade que te pregam, se ela é a mentira com que te ilude o pregador. Porque a verdade tem a face do Sol e não há noite nenhuma que prevaleça enfim contra ela.

Diz NÃO à unidade que te impõem, se ela é apenas essa imposição. Porque a unidade é apenas a necessidade irreprimível de nos reconhecermos irmãos.

Diz NÃO a todo o partido que te queiram pregar, se ele é apenas a promoção de uma ordem de rebanho. Porque sermos todos irmãos não é ordenanmo-nos em gado sob o comando de um pastor.

Diz NÃO ao ódio e à violência com que te queiram legitimar uma luta fratricida. Porque a justiça há-de nascer de uma consciência iluminada para a verdade e o amor, e o que se semeia no ódio é ódio até ao fim e só dá frutos de sangue.

Diz NÃO mesmo à igualdade, se ela é apenas um modo de te nivelarem pelo mais baixo e não pelo mais alto que existe também em ti. Porque ser igual na miséria e em toda a espécie de degradação não é ser promovido a homem mas despromovido a animal.

E é do NÃO ao que te limita e degrada que tu hás-de construir o SIM da tua dignidade.


Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'

...

Can you feel the love tonight...

My Way!!!

Algo...

Olhar E Chorar.


Notável criatura são os olhos! Admirável instrumento da natureza; prodigioso artifício da Providência! Eles são a primeira origem da culpa; eles a primeira fonte da Graça. São os olhos duas víboras, metidas em duas covas, e que a tentação pôs o veneno, e a contrição a triaga. São duas setas com que o Demónio se arma para nos ferir e perder; e são dois escudos com que Deus depois de feridos nos repara para nos salvar. Todos os sentidos do homem têm um só ofício; só os olhos têm dois. O Ouvido ouve, o Gosto gosta, o Olfacto cheira, o Tacto apalpa, só os olhos têm dois ofícios: Ver e Chorar. Estes serão os dois pólos do nosso discurso.
Ninguém haverá (se tem entendimento) que não deseje saber por que ajuntou a Natureza no mesmo instrumento as lágrimas e a vista; e por que uniu a mesma potência o ofício de chorar, e o de ver? O ver é a acção mais alegre; o chorar a mais triste. Sem ver, como dizia Tobias, não há gosto, porque o sabor de todos os gostos é o ver; pelo contrário, o chorar é o estilado da dor, o sangue da alma, a tinta do coração, o fel da vida, o líquido do sentimento. Por que ajuntou logo a natureza nos mesmos olhos dois efeitos tão contrários, ver e chorar? A razão e a experiência é esta. Ajuntou a Natureza a vista e as lágrimas, porque as lágrimas são consequência da vista; ajuntou a Providência o chorar com o ver, porque o ver é a causa do chorar. Sabeis porque choram os olhos? Porque vêem.

Padre António Vieira, in "Sermões"

Make You Feel My Love




When the rain
Is blowing in your face
And the whole world
Is on your case
I could offer you
A warm embrace
To make you feel my love

When the evening shadows
And the stars appear
And there is no one there
To dry your tears
I could hold you
For a million years
To make you feel my love

I know you
Haven't made
Your mind up yet
But I would never
Do you wrong
I've known it
From the moment
That we met
No doubt in my mind
Where you belong

I'd go hungry
I'd go black and blue
I'd go crawling
Down the avenue
No, there's nothing
That I wouldn't do
To make you feel my love

The storms are raging
On the rolling sea
And on the highway of regret
Though winds of change
Are throwing wild and free
You ain't seen nothing
Like me yet

I could make you happy
Make your dreams come true
Nothing that I wouldn't do
Go to the ends
Of the Earth for you
To make you feel my love

Esta dor!!!


Dor

Passa-se um dia e outro dia
À espera que passe a Dor,
E a Dor não passa, e porfia,
Porque trás dia, outro dia
Que traz Dor inda maior;

Porque embora a Dor aflita
Calasse há muito seus ais,
Ainda, fundo, palpita
Uma outra Dor que não grita:
A Dor do que não dói mais.

Francisco Bugalho, in "Dispersos e Inéditos"

Reconhecimento à Loucura.


Já alguém sentiu a loucura vestir de repente o nosso corpo?
Já.
E tomar a forma dos objectos?
Sim.
E acender relâmpagos no pensamento?
Também.
E às vezes parecer ser o fim?
Exactamente.
Como o cavalo do soneto de Ângelo de Lima?
Tal e qual.
E depois mostrar-nos o que há-de vir muito melhor do que está?
E dar-nos a cheirar uma cor que nos faz seguir viagem sem paragem nem resignação?
E sentirmo-nos empurrados pelos rins na aula de descer abismos e fazer dos abismos descidas de recreio e covas de encher novidade?
E de uns fazer gigantes e de outros alienados?
E fazer frente ao impossível atrevidamente e ganhar-Ihe, e ganhar-Ihe a ponto do impossível ficar possível?
E quando tudo parece perfeito poder-se ir ainda mais além?
E isto de desencantar vidas aos que julgam que a vida é só uma?
E isto de haver sempre ainda mais uma maneira pra tudo?

Tu Só, loucura, és capaz de transformar o mundo tantas vezes quantas sejam as necessárias para olhos individuais.
Só tu és capaz de fazer que tenham razão tantas razões que hão-de viver juntas.
Tudo, excepto tu, é rotina peganhenta.
Só tu tens asas para dar a quem tas vier buscar...

José de Almada Negreiros
Poemas
Assírio & Alvim




"É necessário muito pouco para provocar um sorriso e basta um sorriso para tudo se tornar possível".

(Gilbert)



Mamãe, por favor, pára de chorar
Não aguento o barulho
A tua dor dói-me
E está a deixar-me deprimida
Oiço vidros quebrarem
Quando me sento na cama
Disse ao papai que não era verdade
As coisas horríveis que disseste
Discutem por causa de dinheiro
Por causa de mim e do meu irmão
E é isto que encontro em casa
Este é o meu abrigo

Não é fácil crescer na 3ª guerra mundial
Sem nunca saber o que pode ser o amor
Vais ver, não quero que o amor destrua-me
Como fez à minha família
Podemos resolver isto?
Podemos ser uma família?
Prometo ser boazinha
Mamãe, faria tudo
Podemos resolver isto?
Podemos ser uma família?
Prometo ser boazinha
Pai, por favor, não vás

Pai, por favor pára de gritar
Não aguento o barulho
Faz a mãe parar de chorar
Porque preciso dos dois por perto
A minha mãe ama-te
Apesar do que ela te diz sei que ela magoa-te
Mas lembra que eu também amo-te

Hoje fugi, fugi pra longe
Não quero voltar para aquele lugar
Mas não tenho outra alternativa outro lugar


No nosso retrato de familia
Parecemos muito felizes
Vamos fingir
Vamos agir como se fosse natural
Não quero ter de dividir os feriados
Não quero ter dois endereços
Não quero um meio irmão mesmo
E não quero que a minha mãe tenha de mudar seu sobrenome
No nosso retrato de familia
Parecemos muito felizes
Parecemos muito normais
Vamos voltar a isso
No nosso retrato de familia
Parecemos muito felizes
Vamos fingir
Vamos agir como se fosse natural...

Uma palavra!!!

Eterna loucura!!!


Doce loucura

A boca ainda úmida de um beijo
Tocou maliciosa no meu rosto
E murmurou palavras de desejo
Queimando a minha pele como fogo
Acelerou meu sangue
Me arrepiou a pele
Provocou minha mente
Despertou meus sentidos
Alucinou meu peito
Meus muculos e nervos
Na mais doce loucura
Esse amor
Sem preconceitos e receios
No calor do aconchego
Dos seus seios se fez lindo
E me fez enlouquecer
Nesse momento de prazer


(Roberto Carlos)



Que é voar?



É só subir no ar,

levantar da terra o corpo,

os pés?

Isso é que é voar?

Não.



Voar é libertar-me,

é parar no espaço inconsistente

é ser livre, leve, independente

é ter a alma separada de toda a existência

é não viver senão em não-vivência



E isso é voar?

Não.

Voar é humano

é transitório,

momentâneo...

Aquele que voa tem de pousar em algum lugar:

isso é partir

e

não voltar.






Ana Hatherly